quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Jogada no chão ( Meu funeral)



Abro os olhos não vejo nada


Sinto-me preso em algum lugar


Procuro a saída


Creio que seja um sonho


Em que eu possa acordar


Em minhas mãos um punhado


De murchas flores


Vestido de preto eu já sabia


O que estava a acontecer


Era o final, meu funeral.


Eu pensava que não iria morrer


Estou dentro de um caixão


Todos lá fora choram


Não sei como fui morrer


E então pude perceber


Que o meu caixão se abria


Agora eu enxergava a luz do dia


Mas era uma tarde cinza


Com ventos fortes


Abri minhas asas


Pus-me a voar


Como um pássaro que foge da gaiola


Em busca de uma nova aurora


Na busca de outro espaço


Em busca de um novo lugar


Aquela que sempre amei


Agora estava aos prantos


Jogada em um canto


Com um olhar frio e afastado


Olhava para os lados


Pra tentar se convencer


Enfim, me enterraram.


Flores em voltada minha cova


E em volta troncos gigantescos esperando pela aurora


Diga-me, grite com posso fazer


Pra sair desse buraco escuro


Não queria morrer


Ou talvez de você me perder


Mais era o meu triste final


O controle estragou


Não mude de canal


Ajude-me a escapar


Tente me tirar desse buraco escuro


Tente me ajudar a respirar


Suas lágrimas por cima do caixão


Fizeram-me acordar


E mostraram pra todos


Porque eu sempre quis te amar


Pra não te ver chorar na solidão


Pra não te ver assim


Jogada no chão...


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